Paraná Turismo lança pesquisas que analisam empregos, estabelecimentos e movimento aéreo 12/06/2021 - 14:34
A Paraná Turismo lançou o Boletim de Inteligência Turística 2021, que tem como base os empregos e estabelecimentos nas Atividades Características do Turismo (ACT’s) no período que compreende o ano de 2019. O estudo tem como objetivo mostrar as tendências e a evolução dos dados do turismo no estado do Paraná, favorecendo diretamente a elaboração e implantação de políticas públicas e a orientação de investimentos privados, além de servir de subsídio para pesquisas dos setores público, privado, acadêmico e do terceiro setor.
Os dados mostram quais foram as atividades características do turismo que mais geraram empregos em 2019, período anterior à pandemia do coronavírus quando ainda era possível estabelecer parâmetros comparativos com anos anteriores. Na ocasião, o setor que mais gerou empregos formais no país foi o de Alimentação, com 62,5% de todas as vagas preenchidas, seguido pelos Alojamentos, que tiveram 16% de toda a geração de empregos formais.
Dos pouco mais de 2 milhões de empregos gerados nas atividades turísticas, o estado do Paraná foi o quarto que mais gerou (6,2%), atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Utilizando-se somente o recorte interno do estado, onde foram gerados 128 mil empregos formais, sendo que o setor de Alimentação, seguindo a tendência do Brasil, também foi o que mais gerou empregos formais, com 64,1%, seguido dos Alojamentos, com 15,4%.
O Paraná também foi o quarto estado do país em número de estabelecimentos nas ACT’s, dos quase 510 mil estabelecimentos dedicados ao turismo em 2019, 7,8% estavam no Paraná, ou seja, quase 40 mil deles. Novamente, o setor de Alimentação foi o mais representativo (67,8%), seguido dos Transportes Terrestres, com 9,7%.
De acordo com Gilce Zelinda Battistuz, representante do departamento de Estatística da Paraná Turismo, provavelmente esses dados apresentem déficit nas divulgações seguintes a partir de 2020, por conta dos efeitos da pandemia do coronavírus. “Dificilmente o estado do Paraná irá cair de posição em si, mas provavelmente tenha uma queda nos dados para 2020, porque devemos ter um desajuste nos dados”, refletiu ela.
João Jacob Mehl, presidente da Paraná Turismo, ressaltouque as perdas apresentadas pela pesquisa necessitam ser repostas. “São perdas irreparáveis que nós temos que repor e a expectativa é a retomada com o turismo regional preponderando, porque ainda não é possível viajar para longe. Esse é o início da recuperação de todos esses postos de trabalho que foram perdidos”, disse.
Com relação a dados sobre empregos formais durante a pandemia, a pesquisa Monitora Turismo, feita pela professora Mariana Aldrigui, da Universidade de São Paulo (USP), aponta que o Turismo amargou perda de 110.833 vagas formais de emprego em 2020, ano da pior crise enfrentada pela história da indústria. Foz do Iguaçu e Curitiba foram duas das cidades pesquisadas pela docente, que tiveram um saldo anual negativo de 2.655 e 2.325 empregos formais em 2020, respectivamente, considerando-se as 571 atividades ligadas ao turismo, sendo elas divididas em diretas (21), compartilhadas (191) e aquecidas (217). Em entrevista ao portal Panrotas, Mariana diz que a principal solução para a melhora desses dados é a vacinação. “2020 foi um ano trágico para o Turismo brasileiro, e não há sinais de melhora para 2021, pois o setor depende da ampla vacinação para a efetiva retomada”.
MOVIMENTO AÉREO – A Paraná Turismo também lançou um boletim que analisa o movimento aéreo entre os meses de janeiro e abril dos anos de 2020 e 2021, períodos que são pré e durante pandemia, respectivamente. No que se refere aos embarques domésticos e internacionais, o Brasil apresentou queda de 39%, enquanto entre as unidades federativas, o Paraná teve uma queda de 51% na comparação entre os períodos, sendo que a queda foi de 1,2 milhão para 605 mil aproximadamente. O aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, teve um decréscimo de 47% nos embarques de passageiros domésticos e internacionais em 2021, perdendo somente para o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e para Congonhas, em São Paulo.
Levando-se em conta somente os embarques em aeroportos paranaenses, todos apresentaram queda, Foz do Iguaçu (62%), Londrina (47%), Maringá (39%) e Cascavel (43%)
A análise da Paraná Turismo estabelece em relação ao Aeroporto Afonso Pena que o mês de abril de 2021 foi o primeiro que apresentou dados positivos em relação aos demais meses pesquisados. Enquanto janeiro, fevereiro e março de 2021 apresentaram queda nos embarques em relação aos mesmos meses de 2020, abril de 2021 começou a reaquecer a movimentação de passageiros, com um crescimento de 445% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. O mesmo ocorre com o Aeroporto Internacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu, que em abril de 2020 chegou ao menor número de fluxo de passageiros, enquanto no mesmo mês em 2021 houve uma melhora no cenário, 17.865 embarques contra 254 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Gilce Battistuz analisa que os números passaram a recuar já a partir de meados de março de 2020, ou seja, um pouco antes do estabelecimento propriamente dito da pandemia. “Percebemos que já houve um recuo em março, porque a pandemia foi estabelecida aproximadamente no dia 16 de março, então foram mais de 10 dias que fizeram a diferença nos dados e no mês de abril quando já estávamos em plena pandemia, com pouquíssimos voos circulando”, finalizou.
Boletim de Inteligência Turística - Empregos e Estabelecimentos nas ACTs - 2021
Boletim de Inteligência Turística – Análise do movimento aéreo – Jan-Abr 2020/21
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